Opinião literária: "A Guerra dos Tronos" George R. R. Martin
04:41Foi na Feira do Livro do Porto, devido à bendita promoção da Saída de Emergência do "Leve 3, Pague 2", que resolvi levar o primeiro volume desta maravilhosa saga intitulado "A Guerra dos Tronos". Confesso que me fazia falta um bom livro de Fantasia ao maravilhoso estilo de Tolkien, e a verdade é que as promessas não me saíram minimamente furadas.
Martin escreve e descreve com mestria, prendendo-nos à narrativa de uma forma que poucos conseguem fazer e tendo a vantagem de nunca tornar a leitura cansativa. As descrições são ricas sem envolver um grande número de páginas, o que só aumenta a força do mundo criado pelo autor e a relação do leitor com o mesmo. Neste aspecto, e tendo lido obras de Tolkien, com quem é frequentemente comparado, considero que Martin tem uma vantagem considerável pois as descrições menos extensas tornam a leitura mais acessível a um maior grupo de leitores e mais vívida para os leitores regulares deste tipo de romance.
Apesar de tudo isto, considero que o ponto mais forte de toda a obra é o modo como a mesma está estruturada e a narrativa em si.
"A Guerra dos Tronos" é o início do drama da Família Stark. Eddard Stark, pai de uma família com 6 filhos, um deles o bastardo Jon Snow, e governador da invernosa e remota Winterfell é convocado pelo Rei Robert Baratheon para ser Mão do Rei após a suspeita morte do anterior ocupante do cargo. Não querendo deixar Winterfell e a família a lealdade para com o seu Rei e amigo acaba por prevalecer quando Eddard se apercebe que, devido à poderosa influência da família Lannister - a família da Rainha - a morte do antigo Mão do Rei pode ter sido apenas o início de uma grande conspiração de Poder. A partir deste ponto, George Martin leva-nos para uma vertiginosa história de traição, drama e lágrimas, num jogo complexo pelo Trono dos Sete Reinos, ocupado por uma sombra do homem que o conquistara. A pouco e pouco, Eddard descobre que na cidade de Porto Real, morada do rei, não se pode encontrar amizade , nem confiança e muito menos lealdade, até na própria família. Entre o ganancioso e vil Clã Lannister e o fraco Viserys, "o Rei Pedinte", prepara-se uma aparentemente inesperada Guerra, somando-se a estes problemas o sussurro audível, pela Patrulha da Noite, guardiã da Grande Muralha, a Norte, da frase que por séculos foi lema da família Stark, apesar de não ter aparente significado: "O Inverno está a chegar."
Os vários capítulos, sempre intitulados pela personagem sob o ponto de vista do qual cada um é escrito possuem sempre um fio condutor que nunca se quebra, apesar de todas as distintas visões da narrativa que não se torna confusa. Antes pelo contrário, os pontos de vista enriquecem-na continuamente, deixando-nos entrar no íntimo de cada uma das personagens e tornando-as mais reais e, simultaneamente, mais misteriosas. Na verdade, para além de cada um dos membros da família Stark, muito pouco se acaba por saber sobre a lealdade e os pensamentos das outras personagens, o que transforma todo o livro num emaranhado de acontecimentos empolgantes e inesperados, desenvolvidos com uma mestria inigualável que impede o leitor de parar de ler.
Um dos melhores livros de High-Fantasy clássica que já li e, claro, recomendo vivamente a sua leitura!!
PS - Os mais sensíveis (tipo eu) puxem dos lencinhos.
Martin escreve e descreve com mestria, prendendo-nos à narrativa de uma forma que poucos conseguem fazer e tendo a vantagem de nunca tornar a leitura cansativa. As descrições são ricas sem envolver um grande número de páginas, o que só aumenta a força do mundo criado pelo autor e a relação do leitor com o mesmo. Neste aspecto, e tendo lido obras de Tolkien, com quem é frequentemente comparado, considero que Martin tem uma vantagem considerável pois as descrições menos extensas tornam a leitura mais acessível a um maior grupo de leitores e mais vívida para os leitores regulares deste tipo de romance.
Apesar de tudo isto, considero que o ponto mais forte de toda a obra é o modo como a mesma está estruturada e a narrativa em si.
"A Guerra dos Tronos" é o início do drama da Família Stark. Eddard Stark, pai de uma família com 6 filhos, um deles o bastardo Jon Snow, e governador da invernosa e remota Winterfell é convocado pelo Rei Robert Baratheon para ser Mão do Rei após a suspeita morte do anterior ocupante do cargo. Não querendo deixar Winterfell e a família a lealdade para com o seu Rei e amigo acaba por prevalecer quando Eddard se apercebe que, devido à poderosa influência da família Lannister - a família da Rainha - a morte do antigo Mão do Rei pode ter sido apenas o início de uma grande conspiração de Poder. A partir deste ponto, George Martin leva-nos para uma vertiginosa história de traição, drama e lágrimas, num jogo complexo pelo Trono dos Sete Reinos, ocupado por uma sombra do homem que o conquistara. A pouco e pouco, Eddard descobre que na cidade de Porto Real, morada do rei, não se pode encontrar amizade , nem confiança e muito menos lealdade, até na própria família. Entre o ganancioso e vil Clã Lannister e o fraco Viserys, "o Rei Pedinte", prepara-se uma aparentemente inesperada Guerra, somando-se a estes problemas o sussurro audível, pela Patrulha da Noite, guardiã da Grande Muralha, a Norte, da frase que por séculos foi lema da família Stark, apesar de não ter aparente significado: "O Inverno está a chegar."
Os vários capítulos, sempre intitulados pela personagem sob o ponto de vista do qual cada um é escrito possuem sempre um fio condutor que nunca se quebra, apesar de todas as distintas visões da narrativa que não se torna confusa. Antes pelo contrário, os pontos de vista enriquecem-na continuamente, deixando-nos entrar no íntimo de cada uma das personagens e tornando-as mais reais e, simultaneamente, mais misteriosas. Na verdade, para além de cada um dos membros da família Stark, muito pouco se acaba por saber sobre a lealdade e os pensamentos das outras personagens, o que transforma todo o livro num emaranhado de acontecimentos empolgantes e inesperados, desenvolvidos com uma mestria inigualável que impede o leitor de parar de ler.
Um dos melhores livros de High-Fantasy clássica que já li e, claro, recomendo vivamente a sua leitura!!
PS - Os mais sensíveis (tipo eu) puxem dos lencinhos.
1 comentários
Opah tu não podes fazer criticas assim tão boas porque me deixas cheia de vontade de ir a correr para a FNAC comprar os livros todos do senhor *___________*
ResponderEliminarFazer comentários não causa alergia e não demora mais do que uns minutos e, em muitos casos, é o suficiente para me fazer feliz pelo menos por um dia. Então tentem não ser preguiçosos e comentar, sim?
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