Opinião literária: "Sangue fresco" de Charlaine Harris
06:20Sinopse:
Uma grande mudança social está a afectar toda a humanidade.
Os vampiros acabaram de ser reconhecidos como cidadãos. Após a criação em laboratório, de um sangue sintético comercializável e inofensivo, eles deixaram de ter que se alimentar de sangue humano. Mas o novo direito de cidadania traz muitas outras mudanças...
Sookie Stackhouse é uma empregada de mesa numa pequena vila de Louisiana. É tímida, e não sai muito. Não porque não seja bonita - porque é - mas acontece que Sookie tem um certo "problema": consegue ler os pensamentos dos outros. Isso não a torna uma pessoa muito sociável. Então surge Bill: alto, moreno, bonito, a quem Sookie não consegue ouvir os pensamentos. Com bons ou maus pensamentos ele é exactamente o tipo de homem com quem ela sonha. Mas Bill tem o seu próprio problema: é um vampiro.
Para além da má reputação, ele relaciona-se com os mais temidos e difamados vampiros e, tal como eles, é suspeito de todos os males que acontecem nas redondezas. Quando a sua colega é morta, Sookie percebe que a maldade veio para ficar nesta pequena terra de Louisiana. Aos poucos, uma nova subcultura dispersa-se um pouco por todos os lados e descobre-se que o próprio sangue dos
vampiros funciona nos humanos como uma das drogas mais poderosas e desejadas. Será que ao aceitar os vampiros a humanidade acabou de aceitar a sua própria extinção?
Os vampiros acabaram de ser reconhecidos como cidadãos. Após a criação em laboratório, de um sangue sintético comercializável e inofensivo, eles deixaram de ter que se alimentar de sangue humano. Mas o novo direito de cidadania traz muitas outras mudanças...
Sookie Stackhouse é uma empregada de mesa numa pequena vila de Louisiana. É tímida, e não sai muito. Não porque não seja bonita - porque é - mas acontece que Sookie tem um certo "problema": consegue ler os pensamentos dos outros. Isso não a torna uma pessoa muito sociável. Então surge Bill: alto, moreno, bonito, a quem Sookie não consegue ouvir os pensamentos. Com bons ou maus pensamentos ele é exactamente o tipo de homem com quem ela sonha. Mas Bill tem o seu próprio problema: é um vampiro.
Para além da má reputação, ele relaciona-se com os mais temidos e difamados vampiros e, tal como eles, é suspeito de todos os males que acontecem nas redondezas. Quando a sua colega é morta, Sookie percebe que a maldade veio para ficar nesta pequena terra de Louisiana. Aos poucos, uma nova subcultura dispersa-se um pouco por todos os lados e descobre-se que o próprio sangue dos
vampiros funciona nos humanos como uma das drogas mais poderosas e desejadas. Será que ao aceitar os vampiros a humanidade acabou de aceitar a sua própria extinção?
Críticas de Imprensa:
Hilariante e profundo... Com o toque seguro de um mestre, Harris consegue manipular o quotidiano para tornar as suas criaturas sobrenaturais muito mais perturbadoras."
-Crescent Blues
"Este livro é uma mistura inteligente de momentos dolorosos, agradáveis, sérios, cépticos e inesperados... Um dos melhores romances sobre vampiros que li nos últimos tempos."
-Locus
"O charme irreverente do mundo de Harris, com o seu humor e horror ocasionais, é o elemento que torna Sangue Fresco tão fascinante."
-The Denver Post
-Crescent Blues
"Este livro é uma mistura inteligente de momentos dolorosos, agradáveis, sérios, cépticos e inesperados... Um dos melhores romances sobre vampiros que li nos últimos tempos."
-Locus
"O charme irreverente do mundo de Harris, com o seu humor e horror ocasionais, é o elemento que torna Sangue Fresco tão fascinante."
-The Denver Post
Opinião literária:
Confesso que foi com alguma esperança de ler um bom livro em que os vampiros fossem a temática principal, que peguei na "Saga do Sangue Fresco" (mais tarde viria a saber que se chama, de facto "Southern Vampire Series"). Afinal, apesar de não ter visto mais de 5 episódios, a série televisiva tem sido um sucesso incontornável entre o público, e não fica nada mau analisar o livro (ou, nestes casos, livros) que deu origem à série, certo?
De certo modo, acho que a relação série-livro é extremamente curiosa neste caso. Porque, de facto e na minha opinião, a razão para o sucesso da série é, precisamente, o motivo pelo qual o livro não resulta, de todo. Surpreendidos? Passo a explicar:
"Sangue Fresco" não tem um mau conceito. Longe disso, apresenta-se com um enquadramento interessante em que o vampirismo é algo legal e os vampiros são considerados cidadãos legítimos, apesar de o preconceito não deixar de ser uma realidade. Assim, surge Sookie Stackhouse, uma empregada de bar telepata, que vive com o sonho de ver um vampiro verdadeiro, e Bill, um vampiro misterioso que chega a Bon Temps (local onde se passa a acção) com o objectivo de se integrar na comunidade humana. O assassínio marca também a pacífica cidade de Bon Temps, sendo que o serial killer se dedica ao enforcamento de mulheres que têm atracção por vampiros, envolvendo-se sexualmente com os mesmos.
Tudo seria um excelente pano de fundo, se Harris tivesse capacidade para lidar com os restantes elementos que compõem um livro, nomeadamente a narrativa e as personagens. E é aí que construo o paralelismo entre série e livro. Falta descrição de todo o tipo menos física (alguém poderá convencer a autora de que eu não estou interessada no que a Sookie veste todos os dias?), falta drama, falta abordar os sentimentos e reacções das personagens e fazer o leitor conhecer a personalidade das mesmas. De certo modo, muitas vezes pareceu-me um guião, dedicado quase inteiramente ao diálogo e com uma série de situações tão pouco exploradas que se tornam não poucas vezes confusas. O mistério perde-se entre as crises existenciais súbitas e verdadeiramente irritantes (não digo que não são justificadas, mas o enquadramento, o timing e a razão - ou falta dela - das mesmas são verdadeiramente desastrosos) da personagem principal e narradora e a necessidade de fazer tudo acontecer ao mesmo tempo, sem qualquer razão para isso. De certo modo, posso comparar a escrita a dois contextos: o de fanfiction (e muitas vezes deparei-me com expressões que me fizeram agitar a cabeça uma série de vezes, de tão fictionlike que me pareceram) e o de televisão.
Por isso falo do paralelismo que fiz imediatamente. As imagens permitem a transmissão do cenário e os actores de sentimentos e emoções que o livro, por si só, é incapaz de transmitir. Daí, talvez, o sucesso da série, uma vez que a história é boa, sem dúvida. É uma pena que falte ao livro aquilo que lhe dá estrutura e conteúdo e o torna verdadeiramente e em última análise nisso mesmo: um bom livro.
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