Dinotopia: a minissérie (ou filme gigantesco dependendo do ponto de vista)
14:16
Dinotopia é uma minissérie de 4 horas (3 episódios) co-produzida em 2002 pela Walt Disney Pictures e a Hallmark Entertainment. Baseada nos livro de ficção científica homónimos, escritos pelo americano James Gurney, a minissérie foi vencedora de um Emmy na categoria Efeitos Especiais, e levou à produção, ainda que breve, de uma série televisiva correspondente, que teve duração de apenas uma temporada.
Amada por uns, odiada por outros, confesso que a série também dividiu a minha opinião. Confesso que a primeira vez que a vi ou, melhor dizendo, a primeira vez que vi os primeiros dois episódios, foi numa época de Natal e devia ter mais ou menos uns 13 anos, e na altura fiquei verdadeiramente deslumbrada. Tanto que isso me ficou marcadinho no inconsciente e não descansei enquanto não a encontrei isto para ver a série inteira do princípio ao fim.
Mas, passando a considerações mais concretas. Percebo perfeitamente porque fiquei deslumbrada na altura, e isso deveu-se essencialmente à qualidade visual da série. Toda a envolvência, cenários e os próprios dinossauros estão visualmente muito bem conseguidos, ainda mais se tivermos em conta uma produção com praticamente dez anos. Este cuidado nos pormenores visuais, que nos garante a visualização de um mundo em que humanos e dinossauros vivem em harmonia, consegue, de facto, um fascínio imediato do espectador e uma boa envolvência do mesmo na história e costumes da sociedade Dinotopiana. A premissa da história - que nos conta o percurso de uma população em que a bondade é a mais preciosa das características - é boa, apesar do worldbuilding ter falhas consideráveis, mas uma vez que se trata de uma adaptação, tal não é propriamente uma surpresa. No entanto, e apesar de todos estes factores, o mais interessante é a constatação que nem uma sociedade teoricamente perfeita se pode ver livre dos mais profundas e negativas características da condição humana. Porque, afinal, o preconceito, o egoísmo e a capacidade de ignorar o que não nos é conveniente continua presente apesar de tudo.
O que, infelizmente, empobrece a série é, basicamente, tudo o resto. O elenco principal - à excepção David Thewlis, no papel do vilão Cyrus Crabb - é medíocre, embora os diálogos pobres e as cenas mal trabalhadas e mal encadeadas não lhes deem, de facto, muito com que trabalhar. Os buracos no enredo são gigantescos, com uma imensa quantidade de pontas soltas, ao ponto da gravidade da questão principal não ser bem explicada.
De forma geral creio que o verdadeiro problema se deveu à demasiada preocupação com os efeitos visuais, que levou à contratação de uma equipa de guionistas e semelhantes que, baseando-se nisso, tiveram uma preocupação mínima com a qualidade do conteúdo da série. De certo modo creio que o mesmo conceito, nas mãos de uma equipa completamente nova seria extremamente promissor, o que me deixa de certo modo enfurecida.
Resta-me esperar que alguém tenha algum diz uma ideia semelhante.
Amada por uns, odiada por outros, confesso que a série também dividiu a minha opinião. Confesso que a primeira vez que a vi ou, melhor dizendo, a primeira vez que vi os primeiros dois episódios, foi numa época de Natal e devia ter mais ou menos uns 13 anos, e na altura fiquei verdadeiramente deslumbrada. Tanto que isso me ficou marcadinho no inconsciente e não descansei enquanto não a encontrei isto para ver a série inteira do princípio ao fim.
Mas, passando a considerações mais concretas. Percebo perfeitamente porque fiquei deslumbrada na altura, e isso deveu-se essencialmente à qualidade visual da série. Toda a envolvência, cenários e os próprios dinossauros estão visualmente muito bem conseguidos, ainda mais se tivermos em conta uma produção com praticamente dez anos. Este cuidado nos pormenores visuais, que nos garante a visualização de um mundo em que humanos e dinossauros vivem em harmonia, consegue, de facto, um fascínio imediato do espectador e uma boa envolvência do mesmo na história e costumes da sociedade Dinotopiana. A premissa da história - que nos conta o percurso de uma população em que a bondade é a mais preciosa das características - é boa, apesar do worldbuilding ter falhas consideráveis, mas uma vez que se trata de uma adaptação, tal não é propriamente uma surpresa. No entanto, e apesar de todos estes factores, o mais interessante é a constatação que nem uma sociedade teoricamente perfeita se pode ver livre dos mais profundas e negativas características da condição humana. Porque, afinal, o preconceito, o egoísmo e a capacidade de ignorar o que não nos é conveniente continua presente apesar de tudo.
O que, infelizmente, empobrece a série é, basicamente, tudo o resto. O elenco principal - à excepção David Thewlis, no papel do vilão Cyrus Crabb - é medíocre, embora os diálogos pobres e as cenas mal trabalhadas e mal encadeadas não lhes deem, de facto, muito com que trabalhar. Os buracos no enredo são gigantescos, com uma imensa quantidade de pontas soltas, ao ponto da gravidade da questão principal não ser bem explicada.
De forma geral creio que o verdadeiro problema se deveu à demasiada preocupação com os efeitos visuais, que levou à contratação de uma equipa de guionistas e semelhantes que, baseando-se nisso, tiveram uma preocupação mínima com a qualidade do conteúdo da série. De certo modo creio que o mesmo conceito, nas mãos de uma equipa completamente nova seria extremamente promissor, o que me deixa de certo modo enfurecida.
Resta-me esperar que alguém tenha algum diz uma ideia semelhante.
2 comentários
Oh... eu vi o primeiro episódio disto quando era miuda e fiquei deslumbrada, andava com ideias de ver agora tudo... Mas agora fiquei seriamente desmotivada.
ResponderEliminarnão acho que a série vá ser isso tudo pois se trata de uma série ÉPICA E AO MEU VER QUE LI TODOS OS LIVROS DE GURNEY JAMES, ACHO QUE A HISTÓRIA FOI MUITO BEM ADAPTADA OS CENÁRIOS, A HARMONIA OS PERSONAGENS E A NARRATIVA!
ResponderEliminarFazer comentários não causa alergia e não demora mais do que uns minutos e, em muitos casos, é o suficiente para me fazer feliz pelo menos por um dia. Então tentem não ser preguiçosos e comentar, sim?
Sob circunstância alguma serão aceites comentários que demonstrem falta de respeito e/ou educação. Fazer uma crítica construtiva e fundamentada é um exercício saudável, não custa nada experimentar.
Comentários do género "eh eh, segue-me, isto é tão giro, yupii!" e outros sem qualquer relação com o conteúdo do blog serão imediatamente apagados e a pessoa que os fizer terá azar nos próximos 7 anos.
Tirando os avisos acima, sintam-se à vontade para comentar e façam uma bloguer feliz! ^.^