Opinião literária: "Drácula" de Bram Stoker
10:51
Sinopse:
Drácula, o sinistro conde da Transilvânia, só pode ser morto por uma estaca espetada em pleno coração. Até que alguém consiga fazê-lo, porém, continuará a alimentar-se do sangue de inocentes, e estes, tornados mortos-vivos, passarão também a sofrer da insaciável sede de sangue.
Mas como se conseguirá preparar uma armadilha a um monstro com vastos poderes e com a sabedoria dos séculos?
Opinião:
Este livro veio parar-me às mãos um pouco sem querer. Sabem aqueles momentos em que se está a falar de algo que outra pessoa tem e vocês dizem "tens de me emprestar!" sem intenção completamente consciente de ver o objecto nas mãos durante os próximos tempos? Depois até nos esquecemos que pedimos aquilo emprestado, e normalmente fica o dito por não dito. Pois é, descobri que isso com a Ely não funciona. Na verdade, mal ela o acabou, meteu-mo nas mãos a dizer "to pediste-mo emprestado, lembras-te?". Bem, abençoado seja o Deus que inventou os amigos e as boas pessoas que nos conhecem suficientemente bem!
Drácula é um clássico! Só isto bastava para me pôr de pé atrás. Drácula, é um clássico de 1897! Isto aumentou as minhas suspeitas porque, segundo aqui já aqui disse - creio - eu tenho um pouco de medo dos clássicos e da sua linguagem e ritmo (ou falta dele). No entanto, não sei o que se passa comigo nos últimos tempos, ou se simplesmente tenho escolhido bem, porque este livro foi uma delícia de leitura do início ao fim.
A história é contada através das cartas, diários e artigos de jornal escritos e recortados por um grupo de pessoas que o destino se encarrega de ligar. A narrativa começa com Jonathan Harker, um advogado que, numa viagem de negócios à Transilvânia, se vê alojado no estranho castelo do seu também estranho cliente, o Conde Drácula. Não é preciso muito tempo para que Harker se aperceba não só que Drácula não é humano, mas também que está prisioneiro no seu castelo e à mercê de uma série de criaturas da noite. Mas será possível matar o que já se encontra morto?
A narrativa é fascinante, com linguagem delicada mas simples, que acaba por enriquecer o livro de um modo que o uso de linguagem erudita não faria. Apesar de o leitor ter claramente de se consciencializar que é um livro escrito numa época em que o catolicismo tinha uma importância e um papel social em nada comparáveis com o enquadramento actual, isso não se torna um obstáculo à leitura. Na verdade, a história é demasiado envolvente para permitir que tais potenciais entraves possam desencorajar o leitor. Longe, no entanto, de ser um livro de leitura furiosa e compulsiva, acaba por nos prender e conquistar aos poucos.
As personagem merecem também uma nota nesta opinião. Sendo completamente sincera, dos seis personagens principais do enredo (sem contar com Drácula), apenas dois se destacam. Por um lado Mina, a noiva de Jonathan Harker, que conquista o leitor pela sua coragem e determinação, apesar de ser muitas vezes descrita como uma frágil mulher e de ser necessário ter em conta a época em que o livro ser escrito para perceber que a senhora é, em verdade, uma BAMF de todo o tamanho, pelos padrões do final de século XIX. Por outro lado destaca-se também o doutor Van Helsing, que apesar de ligeiramente idoso apresenta uma capacidade de compreensão, aceitação e acção que falta em muitos casos ao grupo de personagens referidos. É Van Helsing quem, no fim (e no princípio, se formos completamente justos), se torna o verdadeiro responsável pela perseguição de Drácula e pelas almas salvas durante o processo.
Um excelente livro que me surpreendeu do início ao fim pela positiva e que recomendo a toda a gente!
2 comentários
eu também adoro amigos assim!! =)
ResponderEliminarainda o estou a ler, mas é uma leitura soberba! =)
e estou a tirar tantas frases que gosto...... *.*
O que eu reti daqui: sou abençoada XD.
ResponderEliminarKidding, ainda bem que gostaste, já que praticamente andei em cima de ti durante a leitura, e depois para leres a fanfic :P
Concordo com praticamente tudo o que disseste... Mas esqueceste-te de mencionar a ruivez do Van Helsing!
Fazer comentários não causa alergia e não demora mais do que uns minutos e, em muitos casos, é o suficiente para me fazer feliz pelo menos por um dia. Então tentem não ser preguiçosos e comentar, sim?
Sob circunstância alguma serão aceites comentários que demonstrem falta de respeito e/ou educação. Fazer uma crítica construtiva e fundamentada é um exercício saudável, não custa nada experimentar.
Comentários do género "eh eh, segue-me, isto é tão giro, yupii!" e outros sem qualquer relação com o conteúdo do blog serão imediatamente apagados e a pessoa que os fizer terá azar nos próximos 7 anos.
Tirando os avisos acima, sintam-se à vontade para comentar e façam uma bloguer feliz! ^.^