Opinião literária: "O Dardo de Kushiel" e "A Marca de Kushiel" de Jacqueline Carey

12:32


Sinopse O Dardo de Kushiel:

Terre D'Ange é um lugar de beleza sem igual. Diz-se que os anjos deram com a terra e a acharam boa... e que a raça resultante do amor entre anjos e humanos se rege por uma simples regra: ama à tua vontade. Phèdre é uma jovem nascida com uma marca escarlate no olho esquerdo. Vendida para a servidão em criança, é comprada por Delaunay, um fidalgo com uma missão muito especial... Foi, também ele, o primeiro a reconhece-la como a eleita de Kushiel, para toda a vida experimentar a dor e o prazer como uma coisa só. Phèdre é adestrada nas artes palacianas e de alcova, mas, acima de tudo, na habilidade de observar, recordar e analisar. Espia talentosa e cortesã irresistível, Phèdre tropeça numa trama que ameaça os próprios alicerces da sua pátria. A traição põe-na no caminho; o amor e a honra instigam-na a ir mais longe. Mas a crueldade do destino vai levá-la ao limite do desespero... e para além dele. Amiga odiosa, inimiga amorosa, assassina bem-amada; todas elas podem usar a mesma máscara reluzente neste mundo, e Phèdre apenas terá uma oportunidade de salvar tudo o que lhe é mais querido.

Sinopse A Marca de Kushiel:

Para trás ficaram Terre d'Ange e as intrigas palacianas, a Corte das Flores da Noite, os amados Delaunay e Alcuin, os amigos, patronos e tudo o que para Phèdre evoca a palavra "casa"... Para trás ficaram também a herdade e a familiaridade da sua ternura tosca, a gentileza das suas mulheres e a beleza das suas cantigas... Diante de Phèdre abre-se agora a incógnita de um destino de cativeiro às mãos do cruel Waldemar Selig, no ambiente hostil da sua herdade e das suas gentes... O desvendar da ameaça que paira sobre Terre d'Ange, dos planos de um poderoso comandante e dos traidores d'Angelines. Pela pena de Phèdre, afrontamos o Mais Amargo Inverno através da vastidão skáldica. O retorno a Terre d'Ange e a oportunidade de salvar tudo o que lhe é mais querido. Traição, guerra, desafio, imolação, amor e redenção. Logrará Phèdre fazerjus à Marca de Kushiel e concretizar esse sonho tão ansiado?

Críticas de Imprensa:

"Um enredo profundo que começa com as intrigas e traições da corte, e evolui para aventuras intensas e guerras violentas nas terras dos bárbaros. Esta é uma obra magnífica que apelará tanto ao público feminino como masculino."
-Publisher Weekly

"Simplesmente fabuloso - É o livro do ano!"
-Sara Douglas, Autora do The Wayfarer Redemption

"Jacqueline Carey assombra-nos com o seu primeiro romance... sexy e por vezes chocante, se não se importam que os vossos olhos saltem a cada capítulo, esta é uma história a seguir!"
-The Detroit Free Press


Opinião literária:

Principalmente devido às opiniões positivas à escrita de Jacqueline Carey que já tinha lido, as minhas expectativas eram bastante elevadas. E, na verdade, não sei se por ter começado a ler O Dardo de Kushiel após a (lamentosa) leitura da trilogia Midnighters, a sua leitura revelou-se absolutamente refrescante e muito prazerosa.

Mas começando pela trama, os dois livros narram os primeiros anos de vida de Phèdre, uma criança de uma raça bela e poderosa e que, no entanto, praticamente todos consideram amaldiçoada por uma simples razão: um dos seus olhos tem um pequeno ponto vermelho. Sem nenhuma casa que aceite fornecer a sua educação, é vendida aos 4 anos pela própria mãe e a ignorância dos outros encobre a sua verdadeira natureza, até ser acolhida por Anafiel Delaunay, um antigo poeta caído em desgraça que esconde segredos que poderão comprometer o próprio reino de Terre D'Ange. É ao tentar descobrir os segredos de Delaunay que Phèdre cai em desgraça, vendo-se enredada numa teia de mentiras, intrigas e conspirações que colocam involuntariamente nas suas mãos o destino de Terre D'Ange.

A trama, escrita - e muito bem, diga-se de passagem - sob o ponto de vista de Phèdre é altamente viciante desde a primeira página. E o facto não está propriamente relacionado com o ocorrer sucessivo de novos acontecimentos. De facto, o primeiro livro dedica-se na sua esmagadora maioria à narrativa da infância de Phèdre, sendo os acontecimentos mais importantes e verdadeiramente empolgantes deixados para o fim do mesmo. O leitor é, sim, agarrado pela fluidez da capacidade descritiva da autora, na voz da própria Phèdre, e vai flutuando e atravessando as ondas da história sem qualquer dificuldade mesmo com a por vezes parca quantidade de ocorrências merecedoras de nota. Por sua vez A Marca de Kushiel é marcado pela frenética sucessão de acontecimentos importantes sendo impossível resistir ao virar contínuo da página e até, por vezes, a espreitar um pouco os acontecimentos futuros. Embora não tenha a certeza, creio que estes 2 volumes são, na realidade, um único livro na edição original, sendo esta uma explicação lógica para a de certa forma falta de equilíbrio entre ambos.

Toda a atmosfera e enquadramento histórico e local para o "mundo" em que se enquadra a estória narrada demonstra inteligência por parte da autora que está associada, no entanto, a uma certa falta de vontade de correr riscos. A escolha de uma adaptação das civilizações europeias pré romanização aos intentos do seu livro é, sem dúvida, original. No entanto, tanto isso como a adaptação das crenças cristãs e judaicas pareceu-me de certa forma forçado e poupou sem dúvida à autora todo o trabalho que acarreta a criação de um mundo de raiz, tratando-se de uma opção pouco arrojada. Isso e a complexidade política de certa forma excessiva, com uma grande quantidade de informação a ser processada em pouco tempo marcada também a falta de um guia adequado anexo ao livro (creio que o guia que se encontra no mesmo precisava da informação organizada de forma mais instintiva) são os pontos mais negativos que tenho a apontar.

Os personagens são extremamente consistentes, revelando-se ao longo da narrativa e tornando-se especiais cada um na sua única complexidade. Joscelin destaca-se como o meu preferido pela sua personalidade e evolução. Assim, por Joscelin e porque creio que a trama ficaria muitíssimo bem resolvida, algo em mim esperava sinceramente que o final do livro fosse realmente ilustrativo do final da saga, algo que não acontece.

Restará portanto esperar que arranje os restantes e os possa ler para dar a minha opinião.

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2 comentários

  1. Esta saga já anda na minha wish há muito, mas oportunidade para a ler está quieta.

    A tua opinião veio trazer novas razoes e incentivos para os ler, mas vai mesmo ter que esperar. A quem vai passar de seguida?

    Oh Mar não es tu que preferes ler de seguida??? vá vai lá ler o 3º=p

    Já agora quem é Joscelin?

    ResponderEliminar
  2. É da Lóide, vai passar para a Inês M. e depois acho que a fila de espera acaba :)
    Acho que vou mesmo seguir o teu conselho e começar a ler o 3º. Apesar de ter 2 no início... That's life!

    O Joscelin é o meu novo fictional boyfriend! :P
    Mas acho que não lhe vais achar muita piada. É aqui um pressentimento. XD

    Lê, não te vais arrepender!

    ResponderEliminar

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