Opinião literária: "Entrevista com o Vampiro" de Anne Rice

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Sinopse:
Obra já clássica no seu género, Entrevista com o Vampiro é o primeiro volume da saga «Crónicas dos Vampiros» e granjeou o estatuto de livro de culto, comparável a Drácula de Bram Stoker.
Das plantações oitocentistas do Luisiana aos becos sombrios e cenários sumptuosos de Paris, do Novo Mundo à Velha Europa, Claudia e Louis fogem de Lestat, o seu criador e companheiro imortal. E o cruel vampiro que tirara partido do desespero de Louis e da fragilidade da órfã Claudia, no bairro francês da Nova Orleães assolada pela peste, move-lhes uma perseguição sem tréguas no submundo parisiense, entre a trupe Théâtre des Vampires do misterioso Armand e criaturas das trevas.
É com esta mescla de sangue, violência e erotismo ímpares, no pano de fundo da reflexão sobre a condição trágica que é a do vampiro condenado à imortalidade, que Anne Rice narra uma extraordinária história em que a crueldade e os sentimentos tenebrosos que percorrem as páginas resultam numa maravilhosa sinfonia poética que viria a inspirar muitos escritores, como Stephenie Meyer.

Críticas de Imprensa:

- "Um dos livros mais eróticos e sensuais alguma vez escritos." Sting

- "Um livro arrepiante de leitura compulsiva" Sunday Times

Opinião literária:

Não é novidade para ninguém que os vampiros estão na moda. Aliás, estão tão na moda que não faltam escritores e não só a pegar no tema e andar às cambalhotas com ele (em todos os sentidos) com maior ou menor sucesso. E nestas alturas passa pela cabeça da maioria das pessoas - e com perfeita legitimidade - expressões como "Chega!", "Já não posso mais com isto"" ou "Vou aproveitar estes livrinhos e fazer uma grande fogueira com eles".

Assim, por mais pressão que o mercado esteja a impor a maioria das pessoas tenta evitar ler (mais) livros com vampiros nesta altura. E foi nesta altura, justamente, que peguei num dos mais (re)conhecidos clássicos vampíricos. Quer dizer, não é que eu seja uma amante do género, e não tenho problemas nenhuns com a recente relação vampiros/purpurina, mas quando algo se torna moda há que verificar as origens, e o que era dito antes de a moda ser estabelecida, certo?

Foi com esta premissa que fiquei curiosa por saber o que Anne Rice teria a dizer sobre o assunto e iniciei-me nos clássicos vampíricos com Entrevista com o Vampiro, um livro que conta a história do vampiro Louis e a sua viagem pelos caminhos da eternidade.

Desengane-se quem procurar a versão romantizada tão comum contos vampíricos modernos. Em Entrevista com o Vampiro as descrições são cruas e realistas, ricas numa série de detalhes envolventes que apesar de serem plenamente absorvidos e claramente explicados, nunca poderão ser completamente compreendidos pelo leitor, enquanto ser não vampírico. Nisto - a separação e determinação do fosso entre a natureza humana e vampírica - Rice é praticamente perfeita. Nisto e numa série de outras coisas, sendo de destacar a envolvência da narrativa e o macabro erotismo que deixa o leitor agarrado às páginas muito devido ao estilo sedutor pouco convencional e até moralmente questionável. Afinal, Claudia nunca deixa de ter fisicamente 6 anos.

A narrativa é extremamente fluida, numa linguagem cuidada e um estilo que apesar de não ser muito complexo requer uma leitura atenta. Não se trata, assim, de uma obra para principiantes nem para pura descontracção.

Inquietante, levanta questões éticas e morais com um desprendimento surpreendente, sendo o final uma janela para a revelação da verdadeira natureza e ambição humanas.

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1 comentários

  1. Tenho bastante curiosidade de ler este livro e gostei da tua opinião relativamente a ele. É bom saber que se destaca no seu género pela positiva e que possui vampiros a sério, como se costuma dizer. :)

    Beijinhos e boas leituras.

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