Opinião literária: "Na Companhia da Cortesã" de Sarah Dunant

15:30


Sinopse:
Na Companhia da Cortesã é um romance épico sobre a vida na Itália Renascentista. Fugindo ao saque de Roma de 1527, com os estômagos revolvidos por causa das jóias que engoliram, a cortesã Fiammetta e o seu companheiro anão Bucino dirigem-se a Veneza, a esplendorosa cidade nascida do comércio entre o Oriente e o Ocidente: rica e bafienta, piedosa e lucrativa, bela e esquálida. Um misto de coragem e esperteza permite que se infiltrem na sociedade veneziana. Juntos, eles formam a sociedade perfeita: o anão arguto e a sua bonita ama, exercitada desde a nascença para seduzir, divertir e satisfazer os homens. Contudo, à medida que vão ficando mais ricos, esta sociedade perfeita fica ameaçada — devido à paixão de um amante que quer mais do que as noites a que tem direito, e às atenções de um admirador turco à procura de novidades para a corte do seu sultão. No entanto, o maior desafio provém de uma jovem mulher aleijada que se insinua nas suas vidas e corações com consequências devastadoras para todos.

Opinião:
Esta não foi a minha estreia com Sarah Dunant. Comprei, aliás, o livro devido à excelente experiência que tive com a leitura de O Nascimento de Vénus, excelente livro da mesma autora. Claro que aproveitei o facto de estar a 5 euros no alfarrabista da Feira do Livro do Porto, mas isso não vem ao caso!

Assim, e talvez por esperar um livro ao nível da minha anterior leitura, posso dizer que terminei Na Companhia da Cortesã com um sabor amargo na boca. Não que não se trate de um bom livro porque é-o, de facto. Sarah Dunant escreve bem de qualquer modo, mesmo que sem o brilhantismo (e, atrevo-me a dizer, a experiência) de outros livros. A história é simples e coesa, o enquadramento histórico perfeitamente delineado e o protagonista extremamente original e interessante.

Mas falta-lhe algo difícil de definir. Talvez seja a acção, pouco abundante num romance que se arrasta por mais de 300 páginas, ou a emoção, que é dificilmente transposta para o leitor. Muito provavelmente será pelo facto de a questão principal do livro não ser tão interessante assim.

Apesar da falta de brilho da história, as personagens revelam-se bem construídas e pensadas e dão ao livro a pouca cor que possui. Falo particularmente do narrador Bucino, o anão, criado (ou amigo) de Fiammetta, uma cortesã que para além de bela é corajosa e inteligente; e de La Draga, a mais misteriosa das personagens e que contribui consideravelmente para o desfecho do livro.

De facto, é precisamente o início, com um enquadramento muito bom e uma maravilhosa descrição do saque a Roma; e a reviravolta final que fazem valer a pena a leitura.

Um livro mediano, para quem queira uma história simples, mas com alguns apontamentos interessantes.

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